Domingo |
À procura da Palavra
Ver, acreditar e entender
<<
1/
>>
Imagem

DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR Ano C

Entrou também o outro discípulo

que chegara primeiro ao sepulcro:

viu e acreditou.”

Jo 20, 1-9

 

Maria Madalena corre. Pedro corre. O outro discípulo também. Após a imobilidade da paixão e da sepultura de Jesus, aquela manhã primeira do mundo novo, que nasceu igual a todas as outras, é testemunha de um movimento inesperado. Um sepulcro vazio e a ausência de um corpo causam o maior rebuliço da história. Se sempre foi assim, os mortos normalmente não partem em viagem, onde iremos parar se a morte já não os mantém quietos? Da ausência vista à presença acreditada vai o caminho da fé. Aquele que o “outro discípulo” fez imediatamente.


Este “outro discípulo”, talvez o “discípulo que Jesus amava” nunca aparece com nome. Começou-se a identificá-lo com o apóstolo S. João. Creio que ele não tem nome para que possamos dar-lhe o nosso. Presente nos grandes momentos, é o segundo a entrar no sepulcro, mas o primeiro a acreditar. Acredita porque viu. E o que viu? As ligaduras e o sudário que tinham envolvido Jesus. Os sinais de um morto. E acreditou que Ele estava vivo. Quanto a entender… isso iria demorar mais tempo… e demora ainda! Mas não impede de viver o dinamismo da Ressurreição!


Cada um, à sua maneira, é chamado a ser testemunha da Ressurreição. Como Pedro e João aceitemos entrar e sair diferentes do túmulo. A força da Ressurreição está derramada no íntimo do universo. A morte foi vencida pela abundância do amor de Deus, mas porque somos de barro e Deus ama a nossa liberdade, a cada um compete escolher entre a morte e a Ressurreição. Uma é fácil, a outra, difícil; uma, fechada, a outra, aberta; uma desesperada, a outra, confiante; uma, destrutiva, a outra, construtora: uma fatalista, a outra, animadora; uma individualista, a outra, comunitária; uma, orgulhosa, a outra humilde; uma, para o tempo, a outra para a eternidade! E a eternidade é a abundância de tudo o que é verdadeiramente bom. Como os laços de amor que vamos fazendo!


Habitados por este movimento de passar pela morte a mais vida, pelas trevas a “mais luz” (como dizia Goethe ao morrer), pelas perdas a maior encontro, não nos podemos instalar como cristãos e como Igreja. O fogo, a palavra, a água, o pão e vinho da noite pascal comunicam-nos a vida sempre nova de Cristo. Conhecê-l’O, escutá-l’O, amá-l’O, partilhá-l’O é tarefa sempre incompleta. Habitamos a margem intranquila de um rio que não seca. Foi-nos dado um fogo que não se apaga e tem ânsia de comunicar-se aos corações gelados pelo medo e pela culpa. Escutamos uma palavra que tem a força das sementes quando caem na terra. Conhecemos um pão e um vinho que matam a fome a sede de amar em verdade. Vemos, acreditamos e ainda não entendemos completamente!

P. Vítor Gonçalves
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES