
Para nós, cristãos, o caminho ecuménico, caminho de sermos e vivermos como “um só” é inevitável. A nossa fé nos impele a essa comunhão; a nossa vivência como discípulos de Cristo faz com que sejamos atraídos por essa comunhão: uma só Igreja, um só Espírito, um só Pai e um só Caminho.
Ao longo dos séculos, desde a divisão da Igreja até aos dias de hoje, muito têm sido os esforços de conciliação, de unidade, contudo nem sempre com os frutos desejados. Mesmo assim, o amor que todos temos por Cristo nunca deixou essa vontade evaporar, muito pelo contrário, quando menos esperamos aparece uma luz que reaviva essa chama de sermos “um só”: unidos no amor, unidos em Cristo.
O Papa Francisco, dando continuidade aos grandes esforços feitos pelos seus antecessores, colocou o diálogo ecuménico como uma das prioridades do seu pontificado. Na primeira semana do seu pontificado abraçou Bartolomeu I a quem chamou de “André” – “herdeiro do apóstolo”. Foi um passo que marcou muito o início do seu pontificado que teria de ter esse braço ecuménico, essa veia de luta pela unidade: luta marcada pelo diálogo fraterno, pelo diálogo guiado pela caridade.
Nesta semana em que somos chamados a rezar pela unidade dos cristãos, com todos os nossos irmãos cristãos, por uma unidade sólida onde todos nos reconhecemos como filhos da mesma Igreja, unidos pelo mesmo espírito que a guia e a faz germinar, não descoremos dos exemplos que o Papa Francisco e seus antecessores nos têm dado: um caminho de diálogo e de oração.
A Igreja coloca-nos a meditar sobre uma estrela que aparece no Oriente (Mt 2, 1-12), não apercebida por muitos, mas apercebida por aqueles que estavam atentos aos sinais dos tempos. Os reis magos viram a estrela, talvez insignificante para muitos, mas suficiente para os fazer caminhar ao seu encontro. Uma estrela que os atraiu e os fez deixar as suas terras, sem saberem onde ela os havia de levar, confiantes foram, passo a passo até chegar a uma humilde gruta onde havia de estar uma pequena criança recém-nascida, humanamente desprotegida, e sujeita aos perigos que aquela época e aquele contexto a colocavam (região sob o governo do rei Herodes).
Este texto faz-nos refletir em vários pontos sobre o ecumenismo, e a sua importância:
O ecumenismo como fruto do sinal dos tempos e da grande vontade da Igreja (das igrejas) em ser um só como era e é da vontade de Cristo: Cabeça da Igreja.
O ecumenismo como caminhada daqueles que tiveram e têm a capacidade de interpretar o que o Espírito diz. E, ao sentirem esse apelo, não se acomodarem e porem-se a caminho.
O ecumenismo como a beleza da diversidade em união: diferentes em costumes, línguas e povos, todavia respirando um único Espírito – Cristo, único Senhor que não faz exceção de ninguém.
O ecumenismo como um caminho capaz de ultrapassar as mais variadas adversidades que levaram e levam à divisão. Sejamos capazes de deixar o amor, a concórdia, a justiça e a paz, mesmo no meio de tantas tribulações que nos assolam.
O ecumenismo como oportunidade de nos pormos a render: termos essa capacidade de oferecer o que temos – o melhor que temos – assim como os reis magos fizeram, porque tudo recebemos do alto e para lá o devemos canalizar. Todos o recebemos do mesmo Deus, do mesmo menino. Nenhum de nós pode ficar fora dessa oferta a Deus que é para todos e para o bem de todos. Uma oferta como um, como irmãos, como filhos do mesmo Pai e irmãos do mesmo Menino, adorado na gruta de Belém.
Esta “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos” é uma excelente oportunidade para isso. Despojemo-nos das nossas convicções pessoais e sem a luz da estela de Cristo, coloquemo-nos ao serviço do Espírito que nos guia e leva a reconhecer qual a estrela que nos pode guiar para o amor verdadeiro, para a paz verdadeira, para a plena comunhão.
Como forma de reforçar este convite, fiquemos com as palavras do Papa Francisco quando foi abençoado pelo patriarca Bartolomeu em Istambul: “encontrar-nos, olhar o rosto um do outro, trocar o abraço de paz, rezar um pelo outro são dimensões essenciais do caminho para o restabelecimento da plena comunhão para a qual tendemos”.
texto por Arickson Maocha
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Vigília Ecuménica Jovem
Neste dia 22 de janeiro somos todos convidados a rezar e a estar presente na Vigília Ecuménica Jovem, às 21h30 na igreja do Colégio de São João de Brito. A Vigília é organizada pelos jovens de várias confissões cristãs da região de Lisboa.
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DIA 23
“Coragem, meus amigos, pois tenho confiança em Deus!” (At 27, 25). Os jovens das Vigararias de Loures-Odivelas e Sacavém estão a preparar um encontro para toda a Diocese, no dia 23 de janeiro, às 17h00, na igreja de Catujal. Contamos contigo!
Com Maria, apressadamente, até 2023!
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Pe. Alexandre Palma
Segundo alguns, a humanidade mudará nos próximos 20 anos mais do que nos passados 200. Não se tratam apenas de modificações nas suas formas sociais.
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Pedro Vaz Patto
Ao ler as opiniões que se vão publicando a respeito da trágica situação que vive hoje a Terra Santa, nota-se nelas a tendência para tomar partido.
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