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Clarissas
Nossa Senhora de Fátima em Lisboa
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A 21 de janeiro de 1920, a pequena Jacinta Marto despediu-se de Fátima e da prima Lúcia, partindo para Lisboa. O seu destino era o hospital Santa Estefânia, mas, por motivos burocráticos, acabou por ficar durante 12 dias num pequeno quarto do então Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres. Foi acolhida pela responsável do Orfanato, Maria da Purificação Godinho a quem as crianças tratavam carinhosamente por Madre e Jacinta por Madrinha.

 

A madre Godinho professou como religiosa clarissa em 1960 e, desde então, o pequeno quartinho de Jacinta, onde Nossa Senhora apareceu à pequena vidente por diversas vezes, tem sido cuidado pelas religiosas desta Congregação. São elas que acolhem todos os visitantes peregrinos que acorrem à Rua da Estrela, n.º 17 em busca de um local de interioridade e comunhão com Deus, através de Sua Mãe, no centro da cidade.

 

A Ordem de Santa Clara, ou Ordem das Clarissas, foi fundada por Santa Clara de Assis em 1212 a pedido de São Francisco de Assis. É uma ordem religiosa feminina de clausura monástica cujo carisma consiste em observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, na solidão e no silêncio, na oração contínua e na penitência generosa. Tendo a clausura como sinal de existência exclusiva para Deus, as consagradas nesta ordem tornam-se testemunho de uma plena entrega a Deus, vivendo a vida de modo contemplativo, com adoração e desagravo ao Santíssimo Sacramento.

 

Santa Clara, tal como São Francisco, eram oriundos de famílias nobres e abastadas de Assis, no centro de Itália, do final do século XII. São Francisco tinha uma predilecção especial em reformar e reconstruir pequenas igrejas, sendo que a que mais o encantava era designada de “Porciúncula”, ou seja, pequena porção, pois estava integrada numa Igreja de maiores dimensões. Foi nesta pequena Igreja que na noite de Domingo de Ramos de 1211, de 18 para 19 de Março, São Francisco recebeu a profissão religiosa de Santa Clara, dando assim origem à congregação das Clarissas, a Segunda Ordem franciscana.

 

Ao contrário de São Francisco, Santa Clara nunca saiu da sua cidade natal; no entanto, aquando da sua morte em 1228, já existiam cinquenta e quatro mosteiros de clarissas a viver no mesmo espírito de S. Damião. Quando Santa Clara morre, em 1253, existiam mais de cem mosteiros de Clarissas por toda a Europa, tendo a sua presença em Portugal tido início pouco depois, em 1254.

 

Aquando do decreto liberal de 1834, extinguindo a vida religiosa, havia cerca de 100 mosteiros de Irmãs Clarissas em Portugal. Foi determinado que, com a morte da última religiosa, todos os mosteiros passariam para a fazenda pública e, assim, nos fins do século XIX foram encerrando todos os mosteiros. Este processo anticlerical foi retomado com a I República, altura em que Nossa Senhora apareceu aos Três Pastorinhos em Fátima.

 

É neste contexto, que a madre Godinho acolheu três freiras clarissas, em 1910, que haviam sido expulsas do convento da Graça, junto ao Patriarcado de Lisboa.

 

Assim, a presença religiosa de inspiração franciscana no Orfanato contíguo à Capela da Senhora dos Milagres, na Rua da Estrela, teve início logo em 1910, tendo sido acentuado com a consagração posterior da madre Godinho, como religiosa na Ordem de Santa Clara, em 1960.

 

O atual Mosteiro do Imaculado Coração de Maria foi ereto canonicamente em 2001, e acolhe actualmente 6 irmãs clarissas, vivendo o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo em castidade, obediência, sem nada de próprio e em clausura.

Vivendo ao serviço da Diocese de Lisboa, a vida contemplativa é o seu primeiro e fundamental apostolado, porque é a sua maneira exemplar e própria, segundo o plano peculiar de Deus, de ser Igreja, de viver na Igreja, de realizar a comunhão na Igreja, de cumprir a missão na Igreja, para que “Deus seja tudo em todos”.

 

No passado dia 31 de Outubro de 2021, esta Comunidade celebrou a Profissão Religiosa de Votos Solenes da Irmã Rita Maria de Assis, a qual teve lugar na Basília da Estrela.

O Mosteiro do Imaculado Coração de Maria encontra-se de frente da Basílica da Estrela, primeira Basílica no mundo a ser dedicada ao Santíssimo Coração de Jesus. Assim, e parafraseando São João Eudes, “Amemos a Jesus com o Coração de Maria e a Maria com o Coração de Jesus. E não tenhamos senão um só coração e um só amor com Jesus e Maria.”

 

O SAV – Serviço de Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa congratula-se com esta maravilhosa vocação contemplativa de “falar a Deus dos homens” e dá os seus parabéns a toda a Comunidade na pessoa da madre superiora Maria José dos Reis.

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