
Os padres são um dom na Igreja e no mundo, mas não são um brinde de um produto qualquer. São o fruto de uma provocação de Deus na vida de alguém que se deixou moldar pelo Amor, aprendendo a dar a vida todos os dias.
O padre age em representação do Senhor, ou seja, na Pessoa de Cristo Ressuscitado que se faz presente com a sua ação que é realmente eficaz. Isto é, os gestos do padre, na consagração do pão e do vinho e na absolvição dos pecados, são realmente a presença de Jesus Cristo que, na pessoa que realiza tais gestos, Ele torna presente a sua ação.
Assim, o padre é aquele que, pelo dom gratuito que recebeu pelo Sacramento da Ordem, é capaz de tornar presente o sacrifício de Jesus Cristo na mesa do altar; é aquele que, reconhecendo também as suas limitações e fragilidades, é capaz de apresentar o perdão de Deus que cura e liberta. O padre é o pastor que caminha com o seu rebanho, ensinando, cuidando e zelando por ele, dando-lhe o que precisa como alimento para a vida. O padre é aquele que se faz próximo, e coloca-se lado a lado, tantas vezes acolhendo dores, sofrimentos, tristezas, mas partilhando também alegrias, êxitos e felicidades.
Por muitas circunstâncias, o mundo de hoje não facilita o ministério do padre, mas torna-o cada vez mais importante e necessário porque, apesar de aparentemente o mundo rejeitar a presença de Deus, ele mostra-se sedento de uma vida que só Deus lhe pode dar pelo ministério sacerdotal. Embora não o reconhecendo, o mundo procura Deus, e este revela-se no Filho, Jesus Cristo, àqueles que são capazes de se deixar tocar por Ele, aos mais pequeninos, aos humildes, aos que se fazem como crianças. Pela vida e testemunho do padre, Deus pode salvar, mas pelo seu ministério Deus salva verdadeiramente. Hoje em dia fala-se muito de uma Igreja clericalizada que precisa de mudar, mas, sem deixar de concordar que é preciso envolver mais os leigos na Igreja, devo dizer que o ministério sacerdotal não é de maneira nenhuma dispensável.
O padre não é um brinde de um produto qualquer, porque ele é fruto de um trabalho interior que acontece durante toda a sua vida, mas é cuidado de forma especial no tempo de formação em Seminário. O Seminário é o “coração da Diocese”, afirma o Concílio Vaticano II, e nele brotam as sementes que, morrendo, vão germinar em alimento dos famintos, aprendendo o amor, a disponibilidade, a entrega.
Neste Domingo termina a Semana dos Seminários que nos convida a olhar para estas casas de formação com a ternura de quem se sente agradecido pelo que delas recebe, e de quem ao mesmo tempo deve ser corresponsável no apoio e comunhão que lhes pode manifestar, seja pela partilha ou pela oração.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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