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P. Manuel Barbosa, scj
Obrigado pelo Ano da Vida Consagrada
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1. Nos dez anos de exercício de ministério pontifício como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Universal, celebrado a 13 de março, muito se disse e agradeceu pela renovação que o Papa Francisco, na senda dos Papas antecedentes e sempre inspirado no espírito do Concílio Ecuménico Vaticano II, introduziu na vida da Igreja.

Como consagrado (dehoniano), gostaria de destacar a celebração do Ano da Vida Consagrada, de novembro de 2014 a fevereiro de 2016, e recuperar algumas indicações essenciais que o Papa Francisco nos ofereceu e continuam atualíssimas como provocação para a nossa reflexão e ação. Para os consagrados, pastores e leigos!

 

2. Na Carta Apostólica dirigida às pessoas consagradas para proclamação do Ano da Vida Consagrada, de 21 de novembro de 2014, o Papa dava preciosas indicações, apontando três objetivos, cinco expetativas e cinco horizontes, não só para os consagrados, mas também para toda a Igreja, pastores e leigos. Um texto que importa reler pela sua constante relevância, um texto que não deveria ficar estagnado nas nossas estantes e gavetas…

 

3. Na mensagem por ocasião da abertura desse ano jubilar, a 30 de novembro de 2014, o Papa Francisco situava a sua convocação nos cinquenta anos depois da promulgação do Decreto conciliar Perfectae Caritatis sobre a renovação da vida religiosa. E indicava três palavras programáticas para concretizar o urgente convite a despertar o mundo, iluminando-o com testemunho profético: alegria, coragem e comunhão.

«Sede jubilosos! Mostrai a todos que seguir Cristo e pôr em prática o seu Evangelho enche o vosso coração de felicidade. Contagiai com esta alegria quem se aproxima de vós, e então muitas pessoas dela vos perguntarão a razão e sentirão o desejo de compartilhar convosco a vossa maravilhosa e entusiasmante aventura evangélica.

Sede corajosos! Quem se sente amado pelo Senhor sabe que pode repor n’Ele a sua plena confiança. Assim fizeram os vossos Fundadores e Fundadoras, abrindo novos caminhos de serviço ao Reino de Deus. Com a força do Espírito Santo que vos acompanha, ide pelas estradas do mundo e mostrai o poder inovador do Evangelho que, se posto em ação, realiza também hoje maravilhas e pode dar resposta a todas as interrogações do homem.

Sede mulheres e homens de comunhão! Bem enraizados na comunhão pessoal com Deus, que escolhestes como o único necessário (Lc 10,42) da vossa existência, sede construtores incansáveis de fraternidade, praticando sobretudo entre vós a lei evangélica do amor recíproco, e também com todos, especialmente com os mais pobres. Mostrai que a fraternidade universal não é uma utopia, mas o próprio sonho de Jesus para a humanidade inteira».

 

4. A 2 fevereiro de 2016, na saudação final da Santa Missa que concluía esta esta celebração jubilar, o Papa agradecia esta caminhada em conjunto e renovava o convite: «Ide em frente! Cada um de nós ocupa um lugar, desempenha uma tarefa na Igreja. Por favor, não vos esqueçais da primeira vocação, do primeiro apelo. Fazei memória! E com o mesmo amor com o qual fostes chamados, hoje o Senhor continua a interpelar-vos. Não diminuais, não abaixeis aquela beleza, aquela surpresa do primeiro chamamento. E depois continuai a trabalhar. É bom continuar. O principal é rezar. O “núcleo” da vida consagrada é a oração: rezar! E assim envelhecer, mas envelhecer como o vinho bom!».

 

Reler estes textos do Ano da Vida Consagrada, nunca datados e aqui acenados em breves extratos, deveria provocar em todos nós a contínua conversão das nossas vidas sempre centradas em Jesus Cristo, que continua a chamar-nos para O seguirmos em comunidade e ao serviço da missão da Igreja. O caminho da Quaresma é propício para essa renovação.

Obrigado, Papa Francisco, pelo Ano da Vida Consagrada!


P. Manuel Barbosa, scj