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À procura da Palavra
É possível sonhar?
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DOMINGO II DO ADVENTO Ano A

“O lobo viverá com o cordeiro

e a pantera dormirá com o cabrito.”

Is 11, 6

 

A paz é descrita na Bíblia como a síntese de todos os bens que podem encher de felicidade o coração humano. E neste relato de Isaías a harmonia entre os animais, habitualmente ferozes entre si, torna-se um sonho a realizar entre os homens. Parece um sonho impossível quando vemos os inúmeros conflitos, distantes e próximos, que teimamos manter e inventar. Somos uma humanidade desumanizada que persiste em não aprender com os erros do passado. E nenhum futuro será melhor sem a humildade de reconhecer os caminhos mal andados e as veredas que teimamos em não endireitar!

Vivemos o tempo das autoestradas, da velocidade que encurta as distâncias e também as vidas, e julgamo-nos “pequenos deuses” ao volante ou heróis da tecnologia. Derrubamos montanhas e escavamos túneis para chegar mais rápido a todos os lugares. E continuamos a “deixar crescer a erva no caminho que vai da minha casa à casa do meu vizinho”. Claro que falamos por telemóvel e internet, enchemos os dias de palavras, mas é mais fácil chegar ao coração uns dos outros? Tornámo-nos sociedades mais dialogantes e pensantes, capazes de “não julgar segundo as aparências e de não decidir pelo que se ouve dizer”? Sentimos nas pessoas que são escolhidas para governar a sabedoria e a inteligência de quem verdadeiramente serve e não “se serve”? A abundante comunicação ajuda a realizar o “sonho de Isaías”?

Se “o sonho comanda a vida”, como diz António Gedeão, é urgente dar-lhe espaço nos nossos projectos. Uma melhor humanidade passa pela coragem de sonhar caminhos de paz que implicam humildade e arrependimento. E também o que diz João Baptista: “Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais”! Quando os sonhos se limitam aos artigos de luxo dos catálogos de natal, ou aos excessos de uma vida “na crista da onda”, aos brinquedos que brincam sozinhos ou a mil e uma outras inutilidades, é preciso dizer que se pode sonhar mais alto.

Quem alguma vez sonharia a encarnação de Deus? Quem poderia julgar esta humanidade frágil e mortal capaz de acolher a divindade do Criador? Não sei se Maria sonhou tudo o que Deus gostava de realizar nela. Mas o sonho tornou-se verdade, e nas palavras pequenas para dizer o mistério, chamamos à Mãe de Jesus, Imaculada. Nela, o sonho de Deus já aconteceu, em nós vai-se concretizando. E podemos aprender tanto com Maria! Sempre que abrimos caminhos ao sonho!

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