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“Pensemos na Ucrânia e rezemos por este povo martirizado”
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O Papa Francisco lembrou o sofrimento e a provação por que está a passar o povo ucraniano. Na semana em que o Vaticano publicou uma mensagem para o Dia Mundial do Turismo, o Papa nomeou o cardeal Tolentino, condenou os dois anos de violência em Myanmar e desafiou os jovens da ‘Economia de Francisco’.

 

1. O Papa Francisco voltou a denunciar o sofrimento e provações do povo ucraniano, referindo-se uma vez mais, no final da audiência-geral de quarta-feira, 28 de setembro, à situação de guerra naquele país. “Pensemos na martirizada Ucrânia que está a sofrer tanto e naquele povo tão cruelmente provado. Falei esta manhã com o cardeal Krajewvski, que estava de regresso da Ucrânia e que contou coisas terríveis”, disse o Santo Padre aos fiéis presentes na Praça de São Pedro. “Pensemos na Ucrânia e rezemos por este povo martirizado”, reforçou.

No encontro público semanal, o Papa falou da importância da oração e do discernimento, canais que permitem entrar na intimidade com Deus. Segundo referiu, a oração é “uma ajuda indispensável ao discernimento espiritual, especialmente quando envolve os afetos”, que permite “ir além dos pensamentos, entrar na intimidade com o Senhor, com uma espontaneidade afetuosa”. “Deus é o Amigo fiel que nunca falha, que sempre se levanta ao nosso encontro, mesmo quando nos afastamos dele”, terminou.

Ainda neste dia, o Vaticano anunciou a visita do Papa ao Bahrein, de 3 a 6 de novembro. Francisco será o primeiro Papa a visitar este país no Golfo Pérsico e, além da capital, Manama, o destaque será a cidade de Awali, onde foi consagrada uma catedral dedicada a Nossa Senhora da Arábia, única catedral católica naquela zona esmagadoramente muçulmana.

 

2. A Igreja vê com agrado a recuperação do turismo depois da crise causada pela pandemia, mas deseja “um turismo mais justo”. Numa mensagem do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, divulgada esta terça-feira, dia 27, a Santa Sé considera urgente “uma mudança de rota” para se ultrapassar “tantas desigualdades e injustiças que a atividade turística – qual indústria económica propriamente dita – deve desenvolver-se segundo os princípios de equidade e de transformação social”. O texto, assinado pelo cardeal Michael Czerny, prefeito deste dicastério, pede que sejam respeitados todos os direitos dos trabalhadores do setor, “a todos os níveis e em todos os países” e que o próprio turismo se realize “no pleno respeito dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa”.

A mensagem cita ainda o Papa Francisco para sublinhar que “a visão integral da pessoa não é uma teoria, mas um modo de viver e agir”, o que implica ter “os olhos abertos sobre o mundo, as mãos estendidas a outras mãos e o coração sensível às fraquezas dos irmãos”.

 

3. “O Santo Padre nomeou Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação o cardeal José Tolentino de Mendonça”, informa o boletim do Vaticano do passado dia 26 de setembro. Com esta nomeação, o até agora Arquivista e Bibliotecário da Santa Sé (cargos que assumiu em 2018) vai passar a ser uma espécie de ‘ministro’ da Educação e Cultura do Vaticano, ficando com a tutela da rede escolar católica do mundo inteiro – que inclui 1.360 universidades católicas e 487 universidades e faculdades eclesiásticas, num total de 11 milhões de alunos, mais 217 mil outras escolas, frequentadas por 62 milhões de crianças. No novo cargo, D. Tolentino Mendonça irá também ficar responsável pelo diálogo da Igreja universal com o mundo da cultura, coordenando as atividades de inúmeras Academias Pontifícias, como a de Belas Artes e Letras, a de Arqueologia ou a de Teologia, entre outras.

O novo organismo que o cardeal português, de 56 anos, vai presidir resulta da reforma da Cúria, promovida pelo Papa Francisco, e reúne as responsabilidades que até agora estavam atribuídas à Congregação da Educação Católica e ao Conselho Pontifício para a Cultura.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou “o mais profundo regozijo” pela nomeação, enquanto a Conferência Episcopal Portuguesa manifestou a sua “profunda alegria”.

 

4. No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com o tema ‘Construir o futuro com os migrantes e os refugiados’, o Papa condenou os dois anos de violência em Myanmar. “Há mais de dois anos, aquele nobre país está martirizado por graves confrontos armados e violências, que causaram muitas vítimas e deslocados. Esta semana, chegou-me o grito de dor pela morte de crianças numa escola bombardeada. Que o grito destes pequenos não permaneça inaudito! Essas tragédias não devem acontecer!”, salientou, após a oração do Angelus.

Na Visita Pastoral a Matera, por ocasião da conclusão do 27.º Congresso Eucarístico Nacional de Itália, Francisco uniu-se também ao apelo de bispos dos Camarões pela libertação de oito pessoas sequestradas na Diocese de Mamfe, entre os quais cinco sacerdotes e uma religiosa, pedindo que seja renovado o compromisso de “que cada pessoa encontre o seu lugar e seja respeitada”, e em que “os migrantes, os refugiados, os deslocados e as vítimas do tráfico humano possam viver em paz e com dignidade”.

No Estádio Municipal XXI Settembre, o Papa não esqueceu a Ucrânia, pedindo aos líderes mundiais uma solução de paz. “Maria, Rainha da Paz, conforte o povo ucraniano e obtenha aos líderes das Nações a força de vontade para encontrar imediatamente iniciativas eficazes que conduzam ao fim da guerra”, rezou Francisco.

 

5. O Papa reuniu-se com mais de mil jovens em Assis, no encontro ‘Economia de Francisco’. “Uma nova economia, inspirada por Francisco de Assis, hoje pode e deve ser uma economia amiga da terra e uma economia de paz. Trata-se de transformar uma economia que mata numa economia da vida, em todas as suas dimensões”, observou o Santo Padre. “Não basta a maquilhagem, o modelo de desenvolvimento deve ser questionado. A situação é tal que não podemos apenas esperar pela próxima cimeira internacional: a terra está a arder hoje, e é hoje que devemos mudar, a todos os níveis”, acrescentou, reforçando: “Conto convosco! Não nos deixem tranquilos, dêem-nos o exemplo!”.

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