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Isilda Pegado
Eleições… à porta!
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1. Se há característica que identifica o Cristianismo e os Cristãos, desde há 2000 anos, é o seu interesse pela vida Pública. O homem como ser social interessa-se pelo Governo da sociedade, pelos destinos do coletivo.

Não somos alheios ao próximo.

 

2. O Papa Paulo VI, disse um dia (e tem sido repetido por todos os Papas) – “A Política é a maior das caridades” (No sentido de Acto de Amor ao próximo) – o Papa Francisco ainda em Maio do ano passado dizia: “A Política é a forma mais alta, maior, da caridade. O Amor é político, isto é, social e para todos”.

 

3. A Moral Cristã traça um conjunto de valores conformes com a Palavra de Deus, a longa Tradição e Estudo da Igreja experimentadas (com erros também) durante séculos. Fazem parte da catequese que vivenciamos esses valores, com satisfação e verificação do Bem-comum.

 

4. A forma mais imediata e simples de fazer Política é, no momento eleitoral, votar de acordo com os valores que a fé e a pertença à Igreja Católica apontam.

 

5. Olhando para os programas eleitorais e debates políticos, muitas são as questões que poderemos identificar e que formarão a nossa convicção. Desde a economia aos impostos, da política agrícola e industrial, ao urbanismo e habitação, são tudo matérias relevantes. Porém, talvez nestas não haja tantas divergências como naquelas outras em que se estrutura a sociedade (Questões estruturantes).

 

6. Estas, têm sido identificadas nas últimas décadas como as “questões fraturantes”. E são efetivamente fraturantes, porque criam na Sociedade “feridas e brechas” na civilização de raízes Cristã que a destroem e anulam.

Tais questões, são como temos visto, a defesa da vida Humana desde a concepção até à morte natural (que se opõe à legalização e liberalização do aborto e eutanásia), a Família baseada no casamento entre um homem e uma mulher (que se opõe à ideologia de género), estabilidade da Família enquanto instituição, a Liberdade de educação dos filhos como direito e dever dos Pais e a liberdade religiosa.

 

7. Mas também na Economia e na área Social, não podemos admitir uma sociedade individualista e onde a solidariedade para com os que têm menos recursos é negligenciada ou deixada à sorte das circunstâncias.

Tudo contribui para o Amor ao próximo e a cada um de nós.

 

8. O empenho Cristão na vida pública e política exige uma avaliação séria daqueles que se comprometem com a Doutrina Social da Igreja em todas as suas dimensões.

 

9. Por outro lado, não é legitimo, nem podemos admitir ou sequer anuir, que os Partidos Políticos entreguem à “consciência” dos deputados a decisão sobre tais matérias. Salvo raras excepções nenhum eleitor conhece a “consciência dos deputados”. Todas as leis (nomeadamente da Eutanásia ou do Aborto) exigem uma decisão política. E essa decisão tem de constar do Programa Eleitoral, que o Partido apresenta. É no Partido que votamos. Não votamos na consciência de ninguém.

 

10. A história das últimas décadas tem mostrado a frustração com que somos confrontados nas votações do Parlamento, feitas ao arrepio do eleitorado de cada partido.

 

11. Por fim, este é um tempo de avaliação e de empenho sérios, no Futuro de Portugal e de cada um de nós.

A Sociedade em que vivemos, inspirada nos valores Católicos, e que é única no mundo, está em risco de ruir. Se se perdem aqueles valores não será mais esta Civilização do Amor (como lhe chamava João Paulo II).

É tempo de responsabilidade perante o Futuro de cada um e da História que herdámos.

 

Bom Voto!

 


foto por Arlindo Homem